segunda-feira, 30 de junho de 2014

TEMPO DE AFETOS

Menção Honrosa no concurso "Uma aventura literária 2014, promovido pela editora Caminho

"Era uma bela tarde de verão, mas Zacarias estava aborrecido no seu quarto pois tinha muitas saudades dos seus colegas de escola.
A mãe, apercebendo-se do desânimo do seu filho, tentou animá-lo. Depois, em segredo, telefonou à mãe do Xavier, grande amigo do Zacarias, e ambas combinaram uma ida ao Porto, para um encontro surpresa entre eles, no parque da cidade.
Quando Zacarias lá chegou, nem queria acreditar! O Xavier estava ali, uns metros à sua frente! Emocionado, coberto de uma enorme alegria, chamou-o muito alto:
- Xavier! Xa…vier!!! Há tanto tempo que não nos víamos!
- É verdade! Dá cá um abraço.
- O que fizeste todo este tempo? – perguntou-lhe Zacarias, com curiosidade.
- Queres mesmo saber? Então vamos conversar à sombra, nos baloiços.
Os dois amigos foram sentar-se e trocar experiências vividas nas férias, por sinal, bem emocionantes.
Estava um calor abrasador, nessa tarde abafada. Nem de propósito, surgiu um vendedor de gelados a apregoá-los:
- Gelados! Olha o belo gelado!...
Os rapazes ficaram com água na boca e, rapidamente, convenceram as mães a darem-lhes o dinheiro necessário para saciarem a sede e a gulodice.
Ambos saboreavam os coloridos gelados, quando se aproximou um cachorrinho cheio de fome, a coxear e que aparentava estar doente.
O Xavier deixou-o lamber o que lhe restava do seu gelado e logo teve a ideia de pedir ajuda à mãe. Sendo veterinária, não se fez rogada. E, como se preocupa muito com os animais abandonados, imediatamente foi ao carro buscar a caixa de primeiros socorros para tratar a pata ferida do cachorrinho com todo o jeitinho.
- Obrigado, mãe. Tens um bom coração. – comentou o Xavier.
- Este é o meu dever. É um ser vivo que precisa de ser amparado. – explicou-lhe a mãe.
- Podemos levá-lo para casa? Pediu-lhe carinhosamente o filho, com medo de uma recusa.
- Claro que sim! Não vamos deixá-lo aqui abandonado. – respondeu ela, orgulhosa pelo bom coração do filho.
- Que nome pensas dar a este cachorrinho? – perguntou Zacarias que assistia a estas peripécias e ainda não tinha dito nada.
A mãe do Xavier corrigiu-o imediatamente.
- Cachorrinho, não. Cachorrinha!
- Não faz mal! E se lhe chamássemos Lua?
- Que lindo nome! – exclamaram todos ao mesmo tempo.
A tarde já ia longa e os dois amigos acabaram por passar todo o tempo à volta da cachorrinha, agora mais feliz. Estavam prestes a despedirem-se, quando Zacarias teve uma ideia:
- Xavier, por que não realizamos uma festa em honra da Lua? Podemos fazer a festa em minha casa. Vou saber se a minha mãe estará de acordo.
- Boa ideia! - entusiasmou-se Xavier, fazendo figas para que a mãe do amigo concordasse. - Vamos convidar a Urbi, o Tiago, o Sandro e a Raquel.
- Fixe! – concordou Zacarias. Ah! E o Quico, também!
- Sim! Já me esquecia dele!
- Só falta planear a festa. Vamos ver o que a minha mãe diz sobre isto.
E rapidamente se dirigiu à mãe que já o chamava de longe.
- Mãe, podemos fazer uma festa com uns amigos em honra da Lua?
- Festa? Em honra da Lua? Parece-me um pouco estranho mas… Sim, claro! É uma boa maneira de os amigos se encontrarem antes de começarem as aulas. Vamos já começar a organizar. Tomem nota do que é preciso comprar.
Imediatamente a folha branca do bloco de apontamentos começou a ficar garatujada.
- Estou a ter uma ideia genial. – disse o Xavier. – Será possível colocar, em cima do bolo, o rosto de um cachorro super-herói?
- Penso que sim? Porquê essa imagem? – quis saber a mãe do Zacarias.
- É para dar as boas vindas à Lua. – explicou-lhe Xavier.- Afinal, ela é a protagonista desta história.
- Excelente ideia! Mas temos de esperar que a Lua fique boa! Vai ser um final de férias fantástico!
O dia da festa chegou finalmente. A casa do Xavier povoou-se de uma grande excitação de amigos que iam chegando antes da hora, ansiosos por se reencontrarem. No jardim, ouvia-se música ambiente e via-se, ao fundo, uma mesa comprida com aperitivos, bolos de formas engraçadas e sumos de fruta.
A tarde decorreu com tanto convívio, brincadeira e diversão, com Lua a saltar-lhes por entre as pernas, que os amigos nem deram pelas horas a passar.
De repente, Zacarias disse:
- Parem de brincar, amigos! Venham assistir às habilidades da Lua.
Lua brincava com a bola que os rapazes tinham deixado no relvado e, divertida, fazia habilidades fazendo-a saltar com o focinho; depois, com as patas traseiras, chutava-a e marcava golos na baliza do jardim. Teria pertencido a um circo? Foi o que todos ficaram a pensar.

Se assim era, Lua tinha encontrado a liberdade. Passara a ter uma nova vida, uma vida maravilhosa na sua nova casa, à responsabilidade do Xavier."

Texto coletivo da turma da professora Luísa, Escola Básica do 1ºciclo, Igreja, Escapães, 
com orientação da professora bibliotecária Ana Paula Oliveira

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