quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

DEPENDÊNCIAS NA LITERATURA

A propósito do tema do Parlamento dos Jovens, "Prevenir e evitar as dependências" e do livro selecionado para o CNL deste ano, A lua de Joana, aqui fica uma parte de uma entrevista dada pelo escritor Alexandre Honrado à Casa da Leitura onde ele fala do tema da toxicodependência na sua obra:
- "Muitos dos protagonistas das suas histórias juvenis vivem em ambientes familiares invulgares, ou têm histórias de proximidade com as drogas ou a toxicodependência. Porque é que escolhe tratar estes temas tão frequentemente?
- Isso acontece numa parte da minha obra por várias razões. Primeiro, porque contactei com algumas realidades juvenis dentro do âmbito de coisas que fiz como professor e ligada ao teatro em que fiz alguns exercícios em zonas onde era realidade muito comum). Mas também porque a sociedade tem esses temas presentes e, portanto, não vamos esconder, nem vamos fazer o «truque da avestruz», meter a cabeça na areia e não ver que isso existe todos os dias. Há um toxicodependente em todas as famílias, mesmo que não se saiba nem se perceba. As toxicodependências no geral não são coincidentes com o consumo das drogas pesadas: pode consumir-se drogas leves, ou ser dependente da cafeína, ou do cigarro, que é uma droga tão má e tão brutal como outra qualquer; há sempre um toxicodependente em todas as famílias, nem que seja o avô que começou a fumar depois dos 80. Mas essas realidades estão presentes na minha obra como estão outras. Penso que terei sido talvez um dos cinco ou seis autores que recorreu mais a esse tipo de realidades, porque é inevitável. Já disse isto mais do que uma vez em escolas: se eu pudesse, só escrevia livros para rir, para divertir. (…)"

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