ENCONTRO INTERCONCELHIO DE BE 2014

Decorreu, ontem, mais um Encontro Interconcelhio das Bibliotecas Escolares de Entre Douro e Vouga (ver programa na mensagem do dia 4). Tendo como tema as bibliotecas e as literacias no século XXI, destacam-se algumas mensagens das palavras dos oradores:

A prática da leitura deve ser constante e entrar quotidianamente em casa das pessoas e nas escolas. A leitura vai permitir o conhecimento e este é fundamental para tomadas de posição e para o desenvolvimento do sentido crítico. É importante a leitura a par, a criança ao colo de quem lê, para que se crie o vínculo essencial para o resto da vida. Ler mais e melhor é um fator decisivo para uma cidadania consciente (Fernando Pinto do Amaral - PNL)

Formar crianças leitoras começa por ser trabalho em casa, dos e com os pais. Ler para saber comunicar, saber escrever, interagir.

Desenvolver as literacias é o grande desafio da educação e a educação é um desafio do país. (Aristides Sousa - DSRN)

As escolas precisam de se adequar e acompanhar os desafios provocados pela rápida mudança do mundo. Os alunos têm de ser munidos de um conjunto de novas literacias que ultrapassam o mero saber ler, escrever e contar. Para tal, a RBE elaborou o referencial "Aprender com a BE" que potencia a criação de novas possibilidades de gestão e desenvolvimento do currículo. (Isabel Mendinhos e Elsa Conde - RBE)

O Agrupamento de Escolas de Arrifana esteve representado pela professora bibliotecária Olívia Brandão e pela professora de português Augusta Teixeira que apresentaram a aplicação do referencial numa turma de 5º ano (5º F).

O seminário teve momentos culturais de grande beleza, proporcionados pelos alunos das escolas de S. João da Madeira e foi, também, pretexto para uma sentida homenagem à Drª Teresa Calçada, ex-coordenadora do Gabinete da RBE (aposentada há pouco tempo), que muito contribuiu para que se criassem tantas bibliotecas escolares no país e fomentou o seu desenvolvimento para que atingissem o nível de qualidade que atingiram.

O lanche servido a meio da manhã e da tarde foi bastante rico, obra de  vários dos elementos envolvidos na organização.

ENCONTRO INTERCONCELHIO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES, ENTRE DOURO E VOUGA

Subordinado ao tema "Bibliotecas e Literacias: Formar para o Século XXI", vai decorrer no próximo dia 7 de julho um encontro interconcelhio de BE, nos Paços da Cultura em S. João da Medeira.

PROGRAMA

09:00 – Receção aos participantes
09:30 – Sessão de Abertura
DSRN – Aristides Sousa (DSRN)

CM São João da Madeira

RBE

10:00 – “A aplicação da PORDATA em contexto educativo, um instrumento de apoio às literacias”, Teresa Cardoso ( Fundação Francisco Manuel dos Santos )

10:30 – “Leitura, Educação e Cidadania”, Fernando Pinto do Amaral ( Comissário do PNL)

Moderação – Carla Tavares

11:00 – Pausa

11:30 – “Vamos Aprender com a Biblioteca Escolar”, Elsa Conde (RBE) / Isabel Mendinhos (RBE)

Moderação – Elisabete Carvalho

12:45 –Pausa para Almoço

14:30 – “Referencial “Aprender com a Biblioteca Escolar” - Boas Práticas

Carla Almeida / Idília (AE Oliveira Júnior)

Olívia Brandão / Augusta (AE Arrifana)

João Reis / Fernanda Capela (AE Argoncilhe)

Moderação – Elisabete Carvalho

“ Biblioteca Escolar – Rumo às literacias”

15:30 - Espinho

15.50 – Vale de Cambra

16:00 – Oliveira de Azeméis

16:10 – Santa Maria da Feira

Moderação- Carla Tavares

17:00 – Homenagem a Teresa Calçada

17:30 – Sessão de Encerramento

18:00 – Fim dos Trabalhos

NOVA COORDENADORA DO GABINETE DA RBE

Maria Manuela Pargana Santos Silva é a nova coordenadora do Gabinete Coordenador da Rede de Bibliotecas Escolares e sucede, assim, a Teresa Calçada que assumiu este cargo durante cerca de 18 anos e se aposentou recentemente.

Maria Manuela Santos Silva é licenciada em História, tem Mestrado em Educação e Leitura e o Curso de Especialização em Ciências Documentais, variante de Documentação e Biblioteca.

TERESA CALÇADA EM ENTREVISTA

Teresa Calçada, coordenadora do Gabinete da RBE, recém-aposentada, dá mais uma entrevista, desta vez à revista Blimunda.

Desta entrevista, conduzida por Andreia Brites, destacam-se alguns tópicos:

• "É duro mobilizar os professores. Mobilizamos mais facilmente os miúdos."
• "Os bens do espírito, da cultura, das artes, das letras e das ciências são de primeira necessidade."
• "O professor não leu nenhum livro do PNL, não cumpriu a sua função. É um mau professor, ponto."
• "Basta que mudem os recursos humanos para que uma biblioteca muito boa passar a ser menos boa ou mesmo muito má."
• "Não se pode ficar numa excelente biblioteca do século XX, temos de ter uma boa biblioteca do século XXI."

Ler a entrevista completa aqui

REDE DE BIBLIOTECAS ESCOLARES EM ANÁLISE

ENTREVISTA A TERESA CALÇADA, COORDENADORA DO GABINETE DA RBE

"À frente da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) desde 1996, Teresa Calçada despede-se com a certeza que o programa vai continuar, apesar das dificuldades."

Técnica do Instituto Português do Livro desde 1982, Teresa Calçada esteve na génese da criação da Rede de Bibliotecas Municipais e fez parte do grupo que criou uma rede de bibliotecas escolares, acabando por assumir a sua direcção. Depois de 17 anos à frente da RBE, pediu a reforma. 

Na entrevista dada ao jornal Público destaca-se:

"Essas competências têm vindo a mudar? Até que ponto a biblioteca escolar deixa de fazer sentido com as novas tecnologias, onde tudo se pode ler e procurar num tablet?

Hoje há multiliteracias que são mais completas. O que as bibliotecas têm é a obrigação de ajudar à capacitação leitora. Não há resultados a Matemática ou a qualquer outra disciplina curricular que não passe pelas competências leitoras.

As bibliotecas têm o papel de valorizar a curiosidade e a informação mas também treinam as competências para a leitura e para o uso das ferramentas todas. Aos professores, cabe-nos ajudar à leitura e à descodificação deste complexo mundo multimodal.

Qual é o maior desafio dos professores bibliotecários?

O grande desafio é desmistificar. Ajudar os alunos a perceber que, não é porque está na Internet que a informação é verdadeira. É preciso ajudá-los a distinguir o verdadeiro do falso, a saber manipular a informação, a ter um comportamento crítico.

Ninguém nasce leitor, aprendemos a ser no papel, agora temos de aprender naquilo que é a lógica dos gadgets e isso, é para nós, um dos objectivos das bibliotecas."

Ler a entrevista completa