A literatura continua de luto. Morreu um grande poeta português, António Ramos Rosa, prémio Pessoa em 1988. O poeta, uma das figuras marcantes da poesia portuguesa do século XX, deixa uma vasta obra literária.
Momentos da sua vida, aqui.
Não Posso Adiar o Amor
Não posso adiar o amor para outro século 
não posso 
ainda que o grito sufoque na garganta 
ainda que o ódio estale e crepite e arda 
sob montanhas cinzentas 
e montanhas cinzentas 
Não posso adiar este abraço 
que é uma arma de dois gumes 
amor e ódio 
Não posso adiar 
ainda que a noite pese séculos sobre as costas 
e a aurora indecisa demore 
não posso adiar para outro século a minha vida 
nem o rneu amor 
nem o meu grito de libertação 
Não posso adiar o coração 
António Ramos Rosa, in Viagem Através de uma Nebulosa
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