Faz, hoje, dez anos, que Sophia de Mello Breyner Andresen morreu, aos 85 anos. O seu corpo é traslado do cemitério de Carnide para o Panteão Nacional, em Lisboa, numa cerimónia que decorrerá entre as 16h30 e as 20h30.
Em fevereiro, a Assembleia da República decidiu, por unanimidade, dar honras de Panteão Nacional a esta poeta, autora de tantos contos infantis, como forma de homenagear «a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne», e de evocar o seu exemplo de «fidelidade aos valores da liberdade e da justiça», segundo o texto parlamentar.
A HORA DA PARTIDA
A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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