Menção Honrosa no concurso "Uma aventura literária 2014, promovido pela editora Caminho
"Era uma bela tarde de verão, mas
Zacarias estava aborrecido no seu quarto pois tinha muitas saudades dos seus
colegas de escola.
A mãe, apercebendo-se do desânimo do seu
filho, tentou animá-lo. Depois, em segredo, telefonou à mãe do Xavier, grande
amigo do Zacarias, e ambas combinaram uma ida ao Porto, para um encontro
surpresa entre eles, no parque da cidade.
Quando Zacarias lá chegou, nem queria
acreditar! O Xavier estava ali, uns metros à sua frente! Emocionado, coberto de
uma enorme alegria, chamou-o muito alto:
- Xavier! Xa…vi…er!!!
Há tanto tempo que não nos víamos!
- É verdade! Dá cá um abraço.
- O que fizeste todo este tempo? –
perguntou-lhe Zacarias, com curiosidade.
- Queres mesmo saber? Então vamos
conversar à sombra, nos baloiços.
Os dois amigos foram sentar-se e trocar experiências
vividas nas férias, por sinal, bem emocionantes.
Estava um calor abrasador, nessa tarde
abafada. Nem de propósito, surgiu um vendedor de gelados a apregoá-los:
- Gelados! Olha o belo gelado!...
Os rapazes ficaram com água na boca e,
rapidamente, convenceram as mães a darem-lhes o dinheiro necessário para
saciarem a sede e a gulodice.
Ambos saboreavam os coloridos gelados,
quando se aproximou um cachorrinho cheio de fome, a coxear e que aparentava
estar doente.
O Xavier deixou-o lamber o que lhe
restava do seu gelado e logo teve a ideia de pedir ajuda à mãe. Sendo
veterinária, não se fez rogada. E, como se preocupa muito com os animais
abandonados, imediatamente foi ao carro buscar a caixa de primeiros socorros
para tratar a pata ferida do cachorrinho com todo o jeitinho.
- Obrigado, mãe. Tens um bom coração. –
comentou o Xavier.
- Este é o meu dever. É um ser vivo que
precisa de ser amparado. – explicou-lhe a mãe.
- Podemos levá-lo para casa? Pediu-lhe
carinhosamente o filho, com medo de uma recusa.
- Claro que sim! Não vamos deixá-lo aqui
abandonado. – respondeu ela, orgulhosa pelo bom coração do filho.
- Que nome pensas dar a este
cachorrinho? – perguntou Zacarias que assistia a estas peripécias e ainda não
tinha dito nada.
A mãe do Xavier corrigiu-o
imediatamente.
- Cachorrinho, não. Cachorrinha!
- Não faz mal! E se lhe chamássemos Lua?
- Que lindo nome! – exclamaram todos ao
mesmo tempo.
A tarde já ia longa e os dois amigos
acabaram por passar todo o tempo à volta da cachorrinha, agora mais feliz. Estavam
prestes a despedirem-se, quando Zacarias teve uma ideia:
- Xavier, por que não realizamos uma
festa em honra da Lua? Podemos fazer a festa em minha casa. Vou saber se a
minha mãe estará de acordo.
- Boa ideia! - entusiasmou-se Xavier,
fazendo figas para que a mãe do amigo concordasse. - Vamos convidar a Urbi, o
Tiago, o Sandro e a Raquel.
- Fixe! – concordou Zacarias. Ah! E o
Quico, também!
- Sim! Já me esquecia dele!
- Só falta planear a festa. Vamos ver o
que a minha mãe diz sobre isto.
E rapidamente se dirigiu à mãe que já o
chamava de longe.
- Mãe, podemos fazer uma festa com uns
amigos em honra da Lua?
- Festa? Em honra da Lua? Parece-me um
pouco estranho mas… Sim, claro! É uma boa maneira de os amigos se encontrarem
antes de começarem as aulas. Vamos já começar a organizar. Tomem nota do que é
preciso comprar.
Imediatamente a folha branca do bloco de
apontamentos começou a ficar garatujada.
- Estou a ter uma ideia genial. – disse
o Xavier. – Será possível colocar, em cima do bolo, o rosto de um cachorro
super-herói?
- Penso que sim? Porquê essa imagem? –
quis saber a mãe do Zacarias.
- É para dar as boas vindas à Lua. –
explicou-lhe Xavier.- Afinal, ela é a protagonista desta história.
- Excelente ideia! Mas temos de esperar
que a Lua fique boa! Vai ser um final de férias fantástico!
O dia da festa chegou finalmente. A casa
do Xavier povoou-se de uma grande excitação de amigos que iam chegando antes da
hora, ansiosos por se reencontrarem. No jardim, ouvia-se música ambiente e
via-se, ao fundo, uma mesa comprida com aperitivos, bolos de formas engraçadas
e sumos de fruta.
A tarde decorreu com tanto convívio,
brincadeira e diversão, com Lua a saltar-lhes por entre as pernas, que os
amigos nem deram pelas horas a passar.
De repente, Zacarias disse:
- Parem de brincar, amigos! Venham
assistir às habilidades da Lua.
Lua brincava com a bola que os rapazes
tinham deixado no relvado e, divertida, fazia habilidades fazendo-a saltar com
o focinho; depois, com as patas traseiras, chutava-a e marcava golos na baliza
do jardim. Teria pertencido a um circo? Foi o que todos ficaram a pensar.
Se assim era, Lua tinha encontrado a
liberdade. Passara a ter uma nova vida, uma vida maravilhosa na sua nova casa,
à responsabilidade do Xavier."
Texto coletivo da turma da professora Luísa, Escola Básica do 1ºciclo, Igreja, Escapães,
com orientação da professora bibliotecária Ana Paula Oliveira
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